IVO

Olívio Rosa, mas que o futebol nos ensinou a gostar simplesmente como “Ivo”, nasceu em Palmitinho, no Rio Grande do Sul, no Sul do Brasil, em 2 de outubro de 1986. Ainda criança se mudou para Teutônia, no mesmo Estado, cidade que adotou como lar e que vê sua família crescer. Mesmo após 20 anos de futebol, segue na ativa como se estivesse estreando. Seu clube atual, o mesmo desde 2015, é o Henan Jianye, da China. Lá ele não é só o camisa 10, é também o capitão e líder dos companheiros dentro e fora de campo.

Seu início no futebol foi uma descoberta da Associação Esportiva Recreativa e Cultural Erno Dahmer – Juventus, ou apenas Juventus de Teutônia. À frente do futebol está João Bandeira, com inúmera contribuição ao esporte mais popular do Brasil, principalmente quando o assunto é “jovem atleta revelado no Rio Grande do Sul”.

“Meu início de carreira foi aqui na Juventus de Teutônia, por onde joguei alguns campeonatos. Fui formado pela escola de futebol daqui e sou muito grato. Recebi todo auxílio do João Bandeira, que era o treinador na época, um formador de muitos atletas bons de bola que surgiram aqui na Juventus”, disse Ivo sobre seu começo, no início dos anos 2000.

E continuou: “Tive o acompanhamento do João Bandeira e da comissão que na época trabalhava com a Juventus. Que Deus os recompense sempre porque foi um tempo muito precioso para mim e de muita valia para mim também. Foi toda a formação que tive de base com a Juventus que, com certeza, influenciou muito no momento quando fui para o Juventude e acabei conseguindo me destacar dentre vários jogadores que também estavam disputando uma oportunidade de se tornarem profissionais na equipe de Caxias do Sul”, concluiu Ivo sobre seu surgimento.

Destaque no Juventus de Teutônia, Ivo despertou o interesse de um dos grandes clubes do Rio Grande do Sul, o Juventude, de Caxias do Sul, e partiu para este importante passo no início da carreira em 2005. “Depois da Juventus fui para o Juventude. Naquele momento, quando fui para Caxias do Sul realizar um teste na equipe B e assim jogar a Série B do Gauchão, fui auxiliado pelo João Bandeira e por toda sua equipe na época. A partir do momento que entrei no Juventude, me destaquei na equipe B e, após alguns jogos, fui promovido para a equipe principal”, revelou o meia Ivo.

Com o bom futebol apresentado na equipe B do Juventude, a diretoria da equipe ofereceu um contrato de três temporadas do Ivo, de 2006 a 2010. “Quando assinei um contrato de três anos e consegui jogar, fazer bons jogos, chegar nas finais do Campeonato Gaúcho aqui com o Juventude, acabei me destacando como um dos principais jogadores da equipe naquele momento e agradeço muito a Deus pela oportunidade que uma equipe como o Juventude me proporcionou”, revelou.

No futebol, os protagonistas no Rio Grande do Sul são Grêmio e Internacional, ambas equipes da capital Porto Alegre. Mas, de 2006 a 2010, Ivo e seus companheiros fizeram o Juventude incomodar os grandes chegando nas finais do Estadual e ocupando vagas na elite do Campeonato Brasileiro. Após quase quatro temporadas de destaque, o meia despertou interesso do principal futebol do país, o de São Paulo.

Antônio Carlos Zago, então à frente do Palmeiras, pediu à diretoria alviverde a contratação de Ivo, que chegou ainda em 2010. O tradicional clube paulistano não vivia grande fase na época, com o treinador balançando no cargo. A saída de Zago abreviou a permanência do meia na equipe, mas isso não o impediu de, mesmo em curto espaço de tempo, cravar sua permanência no Estado.

“Deus abriu as portas para mim em São Paulo (SP), na equipe do Palmeiras. Após jogar três meses e meio, quatro meses no Verdão, fui para a Ponte Preta, de Campinas, a pedidos do Jorginho, treinador da equipe na época. E foi muito bom ter ido para a Ponte naquele momento porque, enquanto estava no Palmeiras, tinha muita disputa das posições, o que me fazia jogar alguns jogos e outros ficar no banco. E sabemos que a concorrência em clubes grandes é muito complicada. Eu estava chegando sem nome no Palmeiras e tinha que disputar meu espaço com jogadores já muito renomados, então isso acabava dificultando um pouco. Mesmo assim segui lutando pelo meu espaço. Quando tive a oportunidade de sair para a Ponte Preta, um time de grande relevância que precisava de um meia de ligação e que eu sabia que teria a oportunidade para jogar com mais liberdade, não pensei duas vezes e aceitei o convite”, revelou Ivo sobre sua chegada ao Verdão e, logo em seguida, sua transferência para a Macaca.

Na Ponte Preta o meia teve um ano excepcional com excelentes participações no Campeonato Brasileiro Série B 2010. Até hoje a torcida de Campinas lembra com carinho de Ivo, que se tornou ídolo da equipe.

O bom futebol apresentado no time de Campinas abriu mais uma porta para Ivo em São Paulo, desta vez da tradicional Portuguesa-SP, clube que o meia passou a defender a partir de janeiro de 2011.

“Recebi um convite da Portuguesa para tentarmos promover o time de volta para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro e foi o projeto que me convenceu de sair da Ponte, uma equipe me fez sentir tão bem quanto nos tempos de Juventude. E minha ida para lá é história, uma feliz história. Foi um ano de muitas conquistas, naquela equipe que ficou conhecida como ‘Barcelusa’, um timaço. Foi feito um baita de um time ali e a gente acabou tendo muito sucesso. E Deus me concedeu a graça de marcar aquele gol que concretizou o acesso da Portuguesa. Fui agraciado por Deus por poder fazer parte dessa história da Lusa neste ano maravilhoso na minha carreira, na minha vida, um ano que Deus nos concedeu muita graça e ali conseguimos alcançar o nosso objetivo”.

Um ano marcante na vida do meia Ivo e na história da Portuguesa que, em 2011, conquistou seu primeiro título nacional, o Campeonato Brasileiro Série B. Além do troféu, vaga garantida na elite do futebol brasileiro no ano seguinte. O Brasileirão marcou também a carreira de Ivo como sua primeira grande conquista como atleta de futebol. Além disso, foi como jogador da Lusa que o meia conheceu o empresário César Soler, dando início à uma bela parceria e amizade que dura até hoje. O camisa 10 segue com sua carreira gerenciada pela CSR Sports.

A boa fase na Portuguesa rendeu frutos e abriu as fronteiras para Ivo, que despertou interesse do futebol internacional. Em 2012 ele recebeu sua primeira oportunidade fora do Brasil, no Incheon United, da Coréia do Sul.

“E após essa passagem na Portuguesa foi quando fui levado para a Coreia do Sul. Deus abriu uma porta para mim no futebol coreano, na equipe do Incheon United. Desde o dia em que eu cheguei na Ásia pela primeira vez, lembro até hoje, desde o primeiro dia que cheguei na Ásia eu disse para mim mesmo que havia ‘encontrado o meu lugar’. Decidi que não queria mais voltar a jogar no Brasil, queria construir minha carreira fora do meu país. E com isso agarrei as oportunidades que tive com todas as minhas forças. E pedi a Deus que me sustentasse naquele lugar ali e foi uma experiência incrível, tem sido uma experiência muito maravilhosa que tenho vivido na Ásia”, contou o meia.

Ivo se destacou com gols, assistências e excelentes jogos pelo Incheon United, da Coreia do Sul. Seu sonho de fazer carreira na Ásia estava encaminhado, já que o clube coreano fez proposta de renovação por mais duas temporadas completas, garantindo o meia no país por pelo menos até dezembro de 2014. Mas uma boa surpresa familiar fez com que ele retornasse ao Brasil e assinasse com o Criciúma, de Santa Catarina.

“Joguei o primeiro ano com Incheon United e fui muito bem, tanto que o clube queria renovar por mais dois anos comigo. Mas tive que voltar ao Brasil por causa do nascimento do meu filho, minha esposa estava grávida e já não podia mais viajar de avião por causa do tempo de gravidez. Então optei por voltar ao Brasil e por aqui joguei um ano no Criciúma. E foi muito bom, pois conseguimos os objetivos da diretoria. O Criciúma não era campeão estadual desde 2005, fazia oito anos. E Deus nos agraciou mais uma vez e ali, na minha volta ao Brasil, nós conseguimos o título do Campeonato Catarinense. E ainda fomos eficientes no Campeonato Brasileiro e seguramos o time na elite do futebol brasileiro. Foi um tempo também muito maravilhoso em Santa Catarina”.

Após a temporada de títulos e conquistas de objetivos no Criciúma, além da estabilidade da família, Ivo voltou a ficar disponível para seguir sua carreira na Ásia, dando continuidade ao seu sonho. Por intermédio da CSR Sports e ainda com as portas abertas no Incheon United, o meia realizou o desejo dos coreanos e assinou o vínculo válido por dois anos. Seu retorno aconteceu em janeiro de 2014 com contrato assinado até dezembro de 2015.

Novamente em destaque na Coreia, Ivo mais uma vez teve sua permanência no Incheon United interrompida. E mais uma vez para ter sua vida mudada positivamente e para sempre. “Voltei para o Incheon United, da Coreia. Assinei dois anos de contrato e, após jogar em 2012 antes do Criciúma, completaria três anos por lá. Após jogar bem a temporada de 2014, acabei não permanecendo no Incheon no meu último ano de contrato. Fui comprado por uma equipe chinesa, essa que se tornou a equipe do meu coração, que é o Henan Jianye, o time que estou até hoje”.

Ivo estreou na Chineses Super League, a primeira divisão do futebol chinês, na temporada 2015. Logo em seu ano de estreia, não deixou de atuar em uma partida sequer, jogando todas do campeonato. Nos 29 jogos, marcou sete gols, se tornando ídolo absoluto dos torcedores do Henan Jianye logo de cara.

“Fui novamente agraciado por Deus por ter a oportunidade de jogar em uma equipe como o Henan Jianye. Criei um vínculo muito forte com o torcedor, com o clube e é uma coisa quase que inexplicável essa oportunidade que Deus meu abriu.  Só tenho que agradecer porque tive a oportunidade de ir para o futebol asiático e consegui fazer um bom trabalho, sempre me dedicando ao máximo. E hoje estou muito feliz porque minha carreira e meu mercado na Ásia se consolidaram, tem se consolidado cada vez mais e estou muito feliz por isso”.

O bom futebol apresentado na China não ficou indiferente. E novas propostas surgiram para que Ivo deixasse o Henan Jianye. Uma delas foi aceita tanto pelo clube quanto pelo jogador. O Beijing Renhe, da capital Pequim, fez de tudo para contar com o talento do meia brasileiro para conseguir, em quatro temporadas, subir para a primeira divisão. Fato esse que aconteceu bem antes do que havia planejado a diretoria.

“Assinei um contrato de quatro anos com o Beijing Renhe e fui para lá com a missão de ajudar a equipe a subir nos primeiros três anos de contrato, que era a meta do clube. Me lembro claramente de quando cheguei lá e Deus falou uma palavra comigo. Deus me disse que nós subiríamos já no primeiro ano e, antes mesmo do campeonato começar, falei publicamente que nós iríamos ser uma das duas equipes que subiriam para a primeira divisão do campeonato chinês. E acabou acontecendo exatamente como Deus havia me falado e como eu havia acreditado e nós subimos já no primeiro ano”.

Com contrato de quatro anos assinado, mas com objetivo alcançado já na primeira temporada, a missão de Ivo no Beijing Renhe estava mais que completa. Na metade de sua segunda temporada na equipe, em 2018, um velho conhecido entrou em contato. E pela segunda vez em sua carreira, Ivo foi comprado pelo Henan Jianye.

“Tinha um contrato de quatro anos com o Beijing, mas assim que nós subimos a equipe no primeiro ano, no meio do segundo ano de contrato a equipe do Henan Jianye foi e me comprou de novo. Visto essa camisa até hoje e agradeço muito a Deus por isso, por este clube em minha vida. É um lugar que aprendi a amar, aprendi a a amar as pessoas que estão lá. E sei que somos amados por eles, eu e minha família fomos muito bem recebidos e temos sido agraciados por Deus por termos criado um vínculo tão forte com esse lugar. Estamos felizes e estamos contentes, alegres em Deus por tudo que Deus tem realizado em nossas vidas”.

Em 2021 o meia Ivo segue para sua sétima temporada seguida no futebol chinês, a oitava de sua carreira na Ásia.